O musical Os Miseráveis é dramático e maravilhosamente bem produzido. Traz boas atuações e um cenário impecável juntamente com algumas canções marcantes e bem feitas. Numa história sobre pobreza e revolução, o filme certamente chama atenção e nos põe para pensar sobre algumas questões sociais. Quer dizer, se você conseguir chegar ao final do filme.
Concorreu ao Oscar de Melhor Filme esse ano, mas saiu com as estatuetas de Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Maquiagem e Melhor Mixagem de Som. Um filme que se pretende grandioso desde o começo (a primeira cena é simplesmente mirabolantemente milionária) acaba sendo só grande. E como é grande…
Os Miseráveis é a versão cinematográfica do musical de mesmo nome da Broadway, que é por sua vez uma adaptação do romance do escritor francês Victor Hugo. A história é basicamente essa: Jean Valjean (Hugh Jackman) terminou sua pena e depois de nove anos de trabalhos forçados é agora um homem livre. A questão é que um ex-prisioneiro não consegue emprego e Jean é atirado à miséria. No entanto, após um encontro em que um mão amiga lhe é estendida, Jean decide fazer um novo começo: ele destroi sua identidade de Jean Valjean e começa a vida do zero.
Acredite se quiser, mas esse é Hugh Jackman como Jean Valjean. Concorreu a Melhor Ator no Oscar desse ano, mas perdeu para Daniel Day Lewis.
Mas é claro que alguém sabe do passado de Jean. E esse alguém é Javert (Russel Crowe), um inspetor da polícia. Javert leva ao pé da letra todas as leis e está decidido a provar que uma vez criminoso, sempre criminoso. Javert passa a perseguir Jean por onde quer que o último vá, determinado a fazer da vida do último um inferno. Mas Jean, determinado a ser um homem melhor, vai ajudando um monte de gente no caminho enquanto foge de Javert.
Interessante? Eu diria que bastante. O problema é que tudo isso é cantado ao longo de três horas. E quando eu digo cantado, não quero dizer cantado no estilo Moulin Rouge. Tudo em Os Miseráveis é cantado e quando eu digo tudo, é tudo mesmo. Qualquer fala, qualquer diálogo, tudo é cantado. Depois de um tempo, a coisa começa a ficar chata. Há quem diga que o público brasileiro não é acostumado a musicais e depois de ver Os Miseráveis eu tive certeza disso: o cinema inteiro (e a sala estava lotada) estava tremendo na cadeira depois de duas horas de cantoria. Eu já estava vendo a hora que alguém teria um acesso ou coisa parecida.
E foi absolutamente verdade. O filme não acabava nunca e eu, que normalmente sou paciente com musicais, já estava me sentindo extremamente cansada. Sim, o filme envelhece e vai perdendo a qualidade à medida que a história avança.
Anne Hathaway, interpretando a canção clássica “I Dreamed a Dream”. Incrível.
As primeiras uma hora e meia são primorosas: inclusive, Anne Hathaway como Fantine é de cortar o coração. As cenas com ela são simplesmente impecáveis e ela canta de verdade. O auge do filme acaba sendo mesmo a interpretação de “I Dreamed a Dream” que só de lembrar me faz começar a chorar. Inclusive, eu chorei horrores no cinema com essa cena. É uma daquelas coisas viscerais que te pegam de jeito: o Oscar de Hathaway foi mais que merecido.
Mas certamente entre seus poreis, muitos se fascinaram com este filme..
Espero que tenha gostado.. Bye
Nenhum comentário:
Postar um comentário